Texto criado a partir do exercício reflexivo. Embasado nas questões referente ao texto Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. Dos autores: Leonor Lopes Fávero, Maria Lúcia C. V. O. Andrade e Zilda G. O. Aquino.
A atividade conversacional é caracterizada por um dado momento onde dois ou mais participantes desenvolvem um diálogo, estes têm como tema algum assunto, pode ser até algo do cotidiano mesmo, nesta atividade ocorre rodízio de falas, pausa, trocas, enfim é um momento onde a oralidade é muito importante.
Em 1979 Ventola um estudioso de oralidade, idealizou algumas variavéis que compõem a organização conversacional e são elas: tópico ou assunto, tipo de situação, papéis dos participantes, modo e meio do discurso.
Ao tópico ou assunto constitui a forma de realizar e administrar a conexão com os demais. A suituação se constitui do encontro propriamnete dito, embora o assunto tratado na conversação seja algo comum, a performance corpórea e facuial podem denunciar o que a oralidade esconde. Os papéis dos participantes vão variar de acordo com a situção, ou seja mendiante aos acontecimentos os participantes irão se portar diferentemente. O modo do discurso é determinado durante a oralidade, podendo ser formal ou informa. A localidade e as pessoas envolvidas vão denunciar tal modo. O meio do discurso éa forma pela qual se mantém a conversação, se esta está sendo realizada através de internet, de telefone, face a face e outros.
Segundo o texto para entender e analisar de forma mais ampla é indicado Dittman que considera algumas característica que são interação entre pelo menos dois falantes, ocorrência de pelo menos uma troca de falantes, presença de uma troca de falantes, presença de uma sequência de ações coordenadas, execução num determinado tempo e envolvimento numa interação centrada. A conversação é criada em conjunto e se produz não só pela forma de interação, mas também pela forma organizada.
A estrutura da fala se baseia em apenas dois níveis o global e o local. No nível local o diálogo se dá através de turnos ou seja a produção de que está com a palavra, onde os participantes se alterame desenvolvem as falas um após o outro, onde pode ocorrer pausas, “atropelamento” de falas e etc.
Exemplo:
Tiago: Você quer ser jogador de futebol?
Felype: Igual ao fenômeno!
Já no nível global ao mesmo tempo em que ocorre o local, o diálogo abdece a regra de organização global, enfatizando a parte que se dedica a condução do tópico discursivo.
Exemplo:
Rafael: Ontem eu fui ao parque com meus pais. Andamos juntos em alguns brinquedos, joguei bola com meu pai, foi muito bom!
Francisco: O teu primo ta com aquele jogo novo do Playstation 3?
Rafael: Ta sim! Não conseguimos passar da primeira fase ainda. Mais voltando ao meu passeio de ontem, ainda tirei varias fotos, depois agente vê lá na câmera da minha mãe! Ficaram maneiras!
Afim de que se contrua a textualidade, que seja na fala, quer seja na escrita, a coesão e a coerência são essenciais. Para as autoras no texto conversação os recursos coesivos mais frequêntes são a coesão referencial, recorrencial ou sequêncial.
A coesão referencial é aquele onde o intelocutor faz a repetição do mesmo item lexical.
Exemplo: F1: Ontem quando saímos de carro à noite, o carro parou e o carro parou bem na hora errada, em uma rua deserta, uma rua super estranha, agente já tava atrasado e o carro parou, à hora foi passando e agente lá sem ter muito que fazer com o carro parado, e o Natalino tentando consertar! Foi horrível agente lá naquela hora!
A coesão recorrencial é aquela onde o interlocutor querendo evitar a repetição utiliza a paráfrase como elemento coesivo.
Exemplo:
Adam: É na briga ele saiu ferido, em?
Karla: É ele saiu machucado, né?
A coesão sequêncial é observada a partir dos conectores que exercem as mais variadas funções, assim elas podem deixar ocorrer continuidade oumarcar a continuidade do turno ou assaltá-lo.
Exemplo:
Bruna: Você ta dando aula em quantas escolas?
Erika: Em duas... E você?
Bruna: To em uma só, e estou quase maluca!Como você consegue atuar em duas?
Erika: É... Nem eu sei!
Bruna: La é tranqüilo?
Erika: Hum! Que nada! Mais com o tempo a genti pega o ritmo de trabalho!
A conversação é uma sucessão de turnos, já que turno é qualquer interação dos partipantes durante a interação,seja ele de qualquer cunho, informativo, um sinal de concordância ou um sinal de entendimento, como: ah, sei, to sabendo, ahn ahn e etc. Enfim é a produção de um dos participantes do diálogo quando este está com a palavra e até o com o silêncio.
Os estudiosos Sacks, Schegoff e Jefferson montaram um modelo elementar para a conversação, segundo eles todas devem apresentar tais propriedades:
A troca de falantes recorre ou pelo menos ocorre;
Em qualquer turno, fala um de cada vez;
Ocorrências com mais de um falante por vez são comuns, mas breves;
Transições de um turno a outro sem intervalo e sem sobreposição são comuns; Longas pausas e sobreposições extensas são minorias;
A ordem de turnos não é fixa, mas variável;
O tamanho do turno não é fixo, mas variável;
A extensão da conversação não é fixa nem previamente especificada;
O que cada falante dirá não é fixo nem previamente especificado;
A distribuição dos turnos não é fixa;
O número de participantes é variável;
A fala pode ser contínua ou descontínua;
São usadas técnicas de atribuição de turnos;
São empregadas diversas unidades para construir o turno: lexema (palavra), sintagma, sentença e etc.;
Certos mecanismos de reparação resolvem falhas ou violações nas tomadas de turno, como por exemplo:
“mais como você estava falando antes de eu te interromper...”
Exemplo:
Larissa: Essa pizza está boa, né?
Mariana: Uhum!
Daniele: Tá divina!
Larissa: Vou ter que repetir!
Mariana: Sei... E a sua dieta?
Larissa: Ah... Esquece isso amiga!
Daniele: Aff! Na segunda ela começa! (risos)
O tópico discursivo é basicamente o assunto (ponto principal) tratado durante a conversação, é o elemento estruturador. Os participantes do diálogo nunca saem completamente do assunto, eles sempre retomam o ponto principal. Segundo o texto o tópico discursivo se estabelece num dado contexto em que dois ou mais interlocutores, engajados numa atividade, negociam o assunto de sua conversação.
Os tópicos discursivos apresentam as seguintes propriedades segundo o texto:
a. Centração: O tópico é basicamente uma questão de conteúdo, é o falar acerca de algo, o que implica a utilização de referentes explícitos ou inferidos que convergem para o desenvolvimento textual.
b. Organicidade: O tópico se estabelece a partir de uma relação de interdependência em dois planos: sequencial – distribuição linear ou horizontal – e hierárquica – distribuição vertical.
c. Delimitação local: O tópico é marcado, potencialmente, por inicio, desenvolvimento e fecho, embora isto nem sempre se evidencie. Vale acrescentar que as marcas dessa delimitação podem ser marcadores conversacionais, repetições e etc.
Exemplo:
Elis: Essa gripe suína ta dando o que falar!
Catia: É mesmo! Um perigo!
Elis: Estou tão mal informada! Ela se originou onde mesmo?
Catia: Acho que foi no México!
Elis: Ah sim!
Catia: Ouvi no rádio que lá nesse país as cenas de beijos nas novelas estão proibidas!
Elis: É! Pra preservar a saúde tudo é aceitável!
O texto elucida que além de qualificar elementos verbais, os marcadores conversacionais também designam elementos prosódicos ou supra-segmentais (que são de natureza lingüística, mas não apresenta caráter verbal, dentre esses recursos, interessam-nos as pausas, os alongamentos e o tom de voz.) e os marcadores não lingüísticos ou paralinguísticos ( como um sorriso, um olhar, a gesticulação) que são importantíssimos no contato face a face.
Os marcadores verbais segundo Marcuschi apresentam uma subdivisão em quatro grupos:
1. Marcador simples: realiza-se com uma só palavra: interjeição, advérbio, verbo, adjetivo e etc.
2. Marcador composto: apresenta um caráter sintagmático com tendência à cristalização.
3. Marcador oracional: corresponde a pequenas orações que se apresentam nos diversos tempos formas verbais ou modos oracionais ( assertivo, indagativo,exclamativo).
4. Marcador prosódico: associa-se a algum marcador verbal, mas realiza-se por meio de recursos prosódicos. Fazem parte deste grupo a entonação, a pausa, a hesitação, o tom de voz e afins.
Exemplo:
Lucimara: Você vai comigo ao shopping?
Lilian: Eu acho que não vai dar.
Lucimara: Por quê?
Lilian: Então vou estudar com a Verônica e a Tereza! Entende?
Lucimara: Agora?
Lilian: Sim! Deixa para uma próxima amiga!
O par adjacente ocorre para organizar localmente a conversação, controlando o encadeamento de ações, podendo constituir-se em elemento introdutor do tópico discursivo. Pode ser pergunta-resposta, convite-aceitação ou recusa, pedido-concordância ou recusa e saudação-saudação.
Exemplo:
Magno: Boa noite menina!
Marcela: Boa noite! Tudo bem?
Magno: Tudo certinho!
Magno: Já entregou o livro?
Marcela: Não! Já tinha me esquecido. Vamos lá comigo?
Magno: Agora não posso vou lanchar.
Marcela: Poxa vamos lá rapidinho?
Magno: Está bem! “Bora”!
As perguntas e respostas não são aleatórias, funcionam sempre com base em estratégias usadas pelos participantes na fala e podem ser utilizadas para:
1. Introdução de tópico – Ao iniciarem a conversação, é comum que os falantes o façam utilizando-se de uma pergunta. Além disso, ocorrem perguntas quando se introduzem novos supertópicos.
Exemplo:
Ivan: Vocês fizeram as postagens que eu sugeri?
T2: Fizemos sim!
2. Continuidade de tópico – O desenvolvimento do tópico se dá de acordo com a natureza da pergunta formulada e que essa pergunta pode ocorrer, por exemplo, para pedir informação, confirmação, esclarecimento.
Exemplo:
Dayse: Que horas começa a aula de TAELP mesmo?
Roberta: Começa às 18 horas.
Dayse: Você fez as postagens no blogger?
Roberta: Fiz sim! Postei semana passada mesmo!
Dayse: Depois você me explica aquela ultima? Menina, já tentei fazer de várias formas e nada!
3. Redirecionamento do tópico – O interlocutor percebendo um desvio do tópico principal, o retoma através de uma pergunta.
Exemplo:
Jorvan: O que eu estava falando mesmo? Ah sobre seu blogger! Está muito bacana!
Aline: Muito obrigada! O seu também ficou muito legal!
Jorvan: Meu problema é a falta de tempo mesmo!
4. Mudança de tópico – Por esgotamento de assunto ou por querer trocar mesmo o assunto, é feita uma pergunta como fuga de assunto e inicio de outro. Essa mudança pode ser no nível subtópico (local) ou no supertópico (global).
Exemplo:
Laureni: E ai conseguiu fazer o blogger?
Rosangela: Fiz sim! E você?
Laureni: Também fiz, mais estou com algumas pendências.
Rosangela: Ah sim! E aquela festa na casa do Anderson?
Laureni: Poxa você perdeu, foi maravilhosa! A tempos não me divertia assim!
Rosangela: Quem foi?
Laureni: Ah muita gente bacana!
domingo, 26 de julho de 2009
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